Um Olhar Sensível para Crianças com TEA – Transtorno do Espectro Autista

Em artigo publicado na Revista Pediatrics, da American Academy of Pediatrics, janeiro de 2020, Susan L. Hyman, MD e outros colaboradores, definem o TEA (ASD – Autism Spectrum Disorder), como uma categoria de transtornos do neurodesenvolvimento, caracterizado por comprometimento social da comunicação e comportamentos restritos ou repetitivos.

As necessidades de cuidado das crianças com TEA são significativas, frequentemente afetam pais e irmãos, e requerem, também, cuidados da comunidade.

O TEA é mais comumente diagnosticado agora do que no passado, e as necessidades sociais, de saúde e educação das crianças com TEA e suas famílias constituem uma área de necessidade crítica de atenção, recursos, pesquisas e educação profissional.

Para o CDC, Center of Diseases Control and Prevention, Centro de Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, o Transtorno do Espectro Autista é uma deficiência de desenvolvimento causada por diferenças no cérebro.

Algumas pessoas com TEA têm uma diferença conhecida, como uma condição genética. Outras causas ainda não são conhecidas.

Os cientistas acreditam que existem múltiplas causas de TEA que atuam em conjunto para alterar o desenvolvimento normal das crianças.

Ainda tem muito a aprender sobre essas causas e como elas impactam as crianças com TEA. 

De acordo com o CDC, a estimativa de incidência global é de 1 criança com TEA para cada 44 crianças nascidas. 

O que demonstra um avanço expressivo nos últimos anos. No passado a incidência era de 1 criança com TEA para cada 500 nascidas. 

Crianças com TEA podem se comportar, se comunicar, interagir e aprender de maneiras diferentes da maioria das outras crianças.

Muitas vezes não há nada sobre a aparência delas que as diferencie de outras crianças. As habilidades das crianças com TEA podem variar significativamente. Por exemplo, algumas podem ter habilidades avançadas de conversação, enquanto outras podem não falar.

Algumas crianças com TEA precisam de muita ajuda no dia a dia, outras podem trabalhar e viver com pouco ou nenhum apoio.

O TEA, normalmente, começa antes dos 3 anos de idade e pode durar por toda a vida, embora os sintomas possam melhorar com o tempo.

Algumas crianças apresentam sintomas de TEA no primeiro ano de vida, em outras, os sintomas podem não aparecer até os 2 anos de idade.

Algumas crianças com TEA adquirem novas habilidades e atingem padrões de desenvolvimento até cerca de um ano e meio a dois anos de idade e, então, param de ganhar novas habilidades ou, em alguns casos, perdem as habilidades que antes possuíam.

À medida que as crianças com TEA se tornam adolescentes e jovens adultos, elas podem ter dificuldades em desenvolver e manter amizades, comunicar-se com os colegas e adultos, ou entender quais comportamentos são esperados delas na escola ou no trabalho.

Elas precisam da atenção da família, de um médico pediatra, especialista ou não, e dos profissionais da educação, pois podem apresentar ansiedade, depressão ou TDAH, transtorno de déficit de atenção com hiperatividade.

Para o CDC, crianças com TEA, frequentemente têm problemas de comunicação e interação com o meio social e apresentam comportamentos ou interesses restritos ou repetitivos.

Crianças com TEA também podem ter maneiras diferentes de aprender, se movimentar ou prestar atenção.

É importante notar que algumas crianças normais também podem ter alguns desses sintomas.

Segundo a Academia Americana de Pediatria – Pediatrics (janeiro/2020), embora os sintomas do TEA sejam de base neurológica, eles se manifestam como características comportamentais que se apresentam de forma diferente, dependendo da idade, nível de linguagem e habilidades cognitivas.

Os principais sintomas agrupam-se em duas vertentes: comunicação/interação social e padrões de comportamento restritos e repetitivos, conforme descrito no DSM-5.1 (Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais). 

O desenvolvimento atípico em várias áreas funcionais contribui para os sintomas do TEA.

Os sintomas ainda são moldados por déficits na imitação e no processamento de informações em modalidades sensoriais, como visão (gesto) e audição (linguagem).

Comportamentos repetitivos e persistentes podem ser compulsões primárias, mas também podem estar relacionados ao processamento atípico de informações sensoriais, ou podem refletir um desejo de incutir previsibilidade quando uma criança ou indivíduo não entende a intenção dos outros. 

Aproximadamente 25% das crianças com TEA terá uma regressão nas habilidades de linguagem ou de interação social, mais tipicamente entre 18 e 24 meses de idade.

A razão para essa perda de padrões adquiridos anteriormente, infelizmente, ainda não é conhecida.

Embora a avaliação médica de perda seja indicada, uma história de regressão na linguagem e interação social em crianças com TEA, dentro da faixa etária esperada, provavelmente não é atribuível à convulsões ou distúrbios neurodegenerativos, Pediatrics, Jan/2020.

O DSM-V, Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, utilizado por médicos globalmente, o grau do TEA é medido pela gravidade do comprometimento e varia de leve (nível 1), moderado (nível 2) e grau severo (nível 3).

Algumas características e dificuldades de comunicação e interação social relacionadas ao TEA, de acordo com o CDC – Center of Diseases Control and Prevention, dos EUA:

  • Evita ou não mantém contato visual
  • Não responde ao nome até os 9 meses de idade
  • Não mostra expressões faciais como alegria, tristeza, raiva e surpresa até aos 9 meses de idade
  • Não joga jogos interativos simples até aos 12 meses de vida
  • Faz poucos ou nenhum gesto aos 12 meses de idade, por exemplo, não dá tchau ou adeus
  • Não compartilha interesses com outros indivíduos até os 15 meses de idade (por exemplo, mostrar algo ou um objeto que eles gostam)
  • Não aponta para mostrar algo interessante até aos 18 meses de idade
  • Não percebe quando os outros estão magoados ou chateados até aos 24 meses de idade
  • Não percebe outras crianças e não se junta a elas para brincar aos 36 meses de idade
  • Não finge ser outra coisa, como um professor ou super-herói, durante uma brincadeira até aos 4 anos de idade
  • Não canta, não dança ou atua para você até aos 5 anos de idade

Algumas características e dificuldades comportamentais, dentre muitas outras, de interesse restrito ou repetitivo, relacionados ao TEA, por exemplo, quando se observa uma criança brincando com blocos de brinquedo no tapete:

  • Alinha brinquedos ou outros objetos e fica chateado quando a ordem é alterada
  • Repete palavras ou frases repetidamente (isto é chamado de ecolalia – uma repetição de sílabas, palavras ou frases já ouvidas)
  • Brinca com os brinquedos da mesma maneira todas as vezes
  • Está focado em partes de objetos, (exemplo, rodas)
  • Fica chateado com pequenas mudanças
  • Tem interesses obsessivos
  • Precisa seguir certas rotinas
  • Bate as mãos, balança o corpo ou gira em círculos
  • Tem reações incomuns à maneira como as coisas soam, cheiram, provam, parecem ou sentem

Outras características relacionadas ao TEA:

  • Habilidades linguísticas atrasadas
  • Habilidades de movimento atrasadas
  • Habilidades cognitivas ou de aprendizado atrasadas
  • Comportamento hiperativo, impulsivo e/ou desatento
  • Epilepsia ou transtorno convulsivo
  • Hábitos incomuns de comer e dormir
  • Problemas gastrointestinais (por exemplo, constipação intestinal)
  • Humor incomum ou reações emocionais anormais
  • Ansiedade, estresse ou preocupação excessiva
  • Falta de medo ou mais medo do que o esperado

É importante observar que as crianças com TEA podem não ter todos ou nenhum dos comportamentos listados como os exemplos acima.

Diagnosticar o TEA não é uma tarefa muito fácil, pois não há exame médico, como um exame de sangue, para diagnosticar o distúrbio.

Os médicos pediatras, psicólogos ou neurologistas analisam o comportamento e o desenvolvimento da criança para fazer um diagnóstico. Às vezes, o TEA pode ser detectado aos 18 meses de idade ou menos.

Aos 2 anos, um diagnóstico feito por um profissional experiente pode ser considerado confiável.

No entanto, muitas crianças não recebem um diagnóstico final.

Algumas crianças não são diagnosticadas até serem adolescentes ou adultos.

Esse atraso significa que as crianças com TEA podem não receber a ajuda precoce de que precisam.

Tratamento

Os tratamentos atuais para o TEA buscam reduzir os sintomas que interferem no funcionamento diário e na qualidade de vida da criança.

O TEA afeta cada criança de maneira diferente, o que significa que as crianças com TEA têm pontos fortes e desafios únicos e diferentes necessidades de tratamento.

Os planos de tratamento geralmente envolvem vários profissionais e são voltados, exclusivamente, para cada criança ou indivíduo com TEA.

Apenas o médico pediatra ou especialista poderá indicar o melhor tratamento ou o mais adequado, conforme a necessidade específica da criança com TEA.

Fatores de Risco

Não há apenas uma causa de TEA.

Existem muitos fatores diferentes que foram identificados que podem tornar uma criança mais propensa a ter TEA, incluindo fatores ambientais, biológicos e genéticos. 

Embora saibamos pouco sobre causas específicas, as evidências disponíveis sugerem que alguns fatores podem colocar as crianças em maior risco de desenvolver TEA, tais como:

  • Ter um irmão com TEA
  • Ter certas condições genéticas ou cromossômicas, como Esclerose Tuberosa e a “Síndrome do X Frágil” (orelhas grandes de abano, rosto comprido, pele macia, articulações flexíveis – particularmente dedos, pulsos e cotovelos, baixo tônus muscular, pé chato e palato alto arqueado)
  • Apresentar complicações ao nascer
  • Nascer de pais mais velhos
  • Mutações genéticas
  • Baixo peso ao nascer
  • Desequilíbrios metabólicos.
  • Exposição a metais pesados ou toxinas ambientais
  • História materna de infecções virais

O CDC está trabalhando em um dos maiores estudos dos EUA sobre TEA.

Este estudo chamado de SEED – The Study to Explore Early Development (Estudo para Explorar o Desenvolvimento Inicial), foi projetado para analisar os fatores de risco e comportamentos relacionados ao TEA desde seu início.

O CDC, atualmente, está realizando um estudo de acompanhamento de crianças mais velhas que foram matriculadas no SEED para determinar a saúde, desempenho e necessidades de pessoas com TEA, e outras deficiências de desenvolvimento à medida que as crianças vão crescendo.

E na sua escola? Como é tratado o Transtorno do Espectro Autista?

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